Entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro de 2022, nós, a liderança do InnovaLab, participamos de um evento realizado no hotel CEIBA intitulado Bissau Rising: Impact, Investment and Trade Forum. Este evento foi organizado como uma plataforma para demonstrar as formas como a Guiné-Bissau está pronta para o investimento, mostrar oportunidades de investimento e facilitar a troca de ideias e boas práticas.

Ficamos dececionados ao descobrir que, para um evento que deveria ser um espaço de demonstração do potencial atual e futuro  da Guiné-Bissau, suas startups para investidores e partilha de boas práticas (também da Guiné- Bissau ), tornou-se apenas num espaço de exposição de desafios do nosso ecossistema e de submissão a lições dos  países convidados.

O ecossistema foi apresentado de forma geral como ele existia nos anos 2010, quando não havia nada, o evento pareceu uma forma de mobilizar parceiros e fundos para construir um ecossistema mas não para levá-lo ao próximo estágio (Next-Level).

Há mais de seis anos que trabalhamos de forma voluntária para cultivar um ambiente empreendedor no país e trazê-lo ao seu atual nível de desenvolvimento (Rising). Não conseguimos entender porque  nos foi apresentado uma outra instituição que chegou ao ecossistema há menos de um ano, no quadro de um projeto já financiado como “ecosystem builder”.

Durante o evento, foi anunciado várias vezes um projeto de criação do “1 ° hub de inovação do país ” sem considerar/mencionar que existe um hub há mais de 5 anos com um ainda que modesto, coworking space, digital lab e sala de workshop. Pequeno que seja, o nosso hub já ajudou e está a ajudar muitos empreendedores e crianças hospedando muitas atividades como: “Startup Weekend”, “After work”, “Digikids”, Robotics e os nossos programas de incubação. Já validamos o conceito e já temos um projeto em fase muito avançada para levá-lo ao next – level com o “ORIK Innovation Center”.

InnovaLab innovation hub at Bissau velho

Organizou-se um “marketplace” para demonstrar microempreendedores (informais) de transformação de produtos locais de forma artesanal e multinacionais esquecendo (propositadamente?) as startups e PMEs que poderiam mostrar um outro nível do ecossistema e atrair investidores (como investidores anjos ou capitais de risco). Pode-se perguntar se existia startups para apresentar neste marketplace e a resposta é positiva.Em paralelo a este evento, num outro hotel da cidade, em colaboração com o Banco Mundial, no dia 1 de dezembro de 2022 e no quadro do “GEW2022- Roadshow de Empreendedorismo”, reunimo-nos em consultas com mais de 15 startups formais, com projetos reais de bases digitais. O objetivo foi de ouvir, partilhar desafios e histórias de sucesso para melhor conectar ideias e abordagens a fim de recuperar mais forte e regenerar crescimento pós-COVID-19.

Entrepreneurship RoadShow: Digital Startups consultation

Porque se organiza mesas redondas de financiamento de startups (porque é mais isso que temos neste país) e se convida bancos comerciais sem convidar startups para fazerem pitch dos seus projetos, projetando o ecossistema para um outro nível? Temos startups na Guiné-Bissau que orgulham o país e que já ganharam competições regionais e internacionais (Seedstars Competition, Trumplin UEMOA, Expo Live Innovation Impact Grant-Dubai, Orange Venture Award, TEF, Startup UEMOA, entre outros), à frente das startups dos países convidados para nos dar “lição”.

Startups from Guinea-Bissau at global stages

O nosso ecossistema não está na fase tão embrionária como foi apresentado no fórum, mas numa fase de aceleração, só por nós:

  • Organizámos mais de 5 edições de eventos de nível continental e global como: Semana Africana de Ciência & Tecnologia, Semana Global de Empreendedorismo, Copa do Mundo de Empreendedorismo, Competição Seedstars. São eventos de uma a duas semanas sucessivas com participação de milhares de pessoas de diversas faixas etárias e género.
  • Organizámos mais de 300 bootcamps, hackathons e Workshops em Bissau e torneios em várias Regiões do país . São sempre 3 dias de formação intensa sobre ferramentas modernas de empreendedorismo: Business Model Canvas, Design Thinking, Mind Mapping, Pitch, Estrutura de custos, Digital Literacy, Leadership, etc.
  • Já mobilizámos mais de $USD 1M em dinheiro e recursos com mais de 1000 empreendedores formados e acompanhados, mais de 6000 pessoas impactadas e 1M+ engajamentos online, no país na diáspora.
  • Levámos a nossa bandeira para o ecossistema continental (AfriLabs), lusófono e global (Global Entrepreneurship Network, Next Einstein Forum, One Young World).

Events by InnovaLab and partners: 2016, 2017, 2018, 2019 & 2021

Como  pioneiro da aceleração  de inovação e empreendedorismo da e na Guiné-Bissau, em parceria com o ex-Alto Comissariado para a COVID-19, desenvolvemos o projeto Orik Capital, um fundo de impacto original, dedicado ao financiamento de micro, pequenas e médias empresas no país. Identificado pelo Governo como caminho para a recuperação económica do país no pós-COVID-19, o fundo foi concebido de forma única para colmatar os desafios e mitigar os riscos que os empreendedores e investidores enfrentam, aplicando capital através de uma abordagem transparente e baseada em sistemas.

Do que a Guiné-Bissau mais precisa mais neste momento é de parceiros que possam apoiar as iniciativas existentes neste domínio a crescer e a afirmarem-se no ecossistema regional e internacional, a desenvolver o empreendedorismo sobretudo de jovens e mulheres e a reduzir a sua dependência externa. Para isso, é preciso valorizar o que é nosso, maximizar as soluções endógenas e também aprender, mas só com os que sabem e já fizeram mais do que nós.

Para mais informação sobre Orik Capital: https://5xsx.short.gy/wvVTd7

Contatos: contact@innovalab-gw.com | www.innovalab-gw.org

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